Artigos e Livros

WEISZ, Telma & Sanches, Ana “O diálogo entre o ensino e a aprendizagem”– Editora Ática, 2001.
Testemunho das ideias que defende de forma incansável há décadas, neste livro, Telma Weisz, argumenta sobre as especificidades dos processos ensino e de aprendizagem, enfatizando que são distintos, no entanto, se articulam. Apresenta um verdadeiro diálogo entre esses processos, trazendo  subsídios de ambos os pontos de vista e oferecendo aos leitores informações fundamentais para a compreensão da atividade intelectual da criança.

Construído a partir do recurso da entrevista, este livro tem o mérito de imprimir linguagem simples ao discutir conteúdos complexos, possibilitando leitura fluida. Nesse formato a autora nos brinda com informações valiosas para compreender a concepção de aprendizagem psicogenética que tem como pressuposto que o conhecimento não é cópia do real e sua aquisição acontece pela ação da criança em interação com o objeto, a partir dos conhecimentos que já possui.

Telma ainda relata algumas passagens de sua experiência na educação e apresenta princípios que caracterizam uma boa situação de aprendizagem “ os alunos precisam por em jogo tudo o que sabem e pensam sobre o conteúdo que se quer ensinar; os alunos têm problemas a resolver e decisões a tomar em função do que se propõem a produzir; a organização da tarefa pelo professor garante a máxima circulação de informação possível; o conteúdo trabalhado mantém suas características de objeto socio-cultural real.

Trata-se de uma obra de grande relevância que deve compor o acervo de professores, coordenadores, gestores em geral e formadores de professores, pela atualidade dos temas tratados e pela urgência de termos o aprendiz no centro do processo de ensino e de aprendizagem.
Se não acreditarmos que os alunos podem aprender, se não estivermos convencidos de que podemos de fato ensiná-los, não teremos o empenho necessário para identificar o que sabem ou não e, a partir daí, planejar as intervenções que podem ajudá-los a avançar em sua aprendizagem. Além do mais, os alunos sentem quando não acreditamos que podem superar suas dificuldades, mesmo que digamos o contrário - esse é um território em que não é o discurso que manda, mas a crença que nos orienta. (WEISZ, 2001 p 107. 2ª ed.)
(Marly Barbosa e Cristiane Pelissari)